quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Ataraxia

Dos céus, chuvas de fogo e morte,
A areia virou puro carmesim.
A carne, os ossos e os olhos
Adubam o desejo da Alma.

A liberdade...que liberdade?
O ódio, a carnificina
E um povo recluso
de seus próprios ideais...

Não se tem paz
Se não se faz guerra.
Não se ama
Se nunca odiou.

Se odeia ou se ama,
Se guerreia ou se pacifica,
Se prende ou se liberta,
Nada é concluso.

O sonho da ataraxia
Se revela na contemplação
Das conquistas de terras e mares
E dos corações que pulsam pela liberdade.

O homem se encontra na solidão
Depois de singrar o desconhecido;
E a alma presa ao corpo
Só se liberta na morte.

Então, de que valem a guerra,
O ódio e a escravização de povos?
Valem mais a liberdade e soberania dos povos.
Ora, tudo nessa vida tem valor,
Até aquilo que nada vale,
Como a guerra pela paz
Ou um amor que se foi.


Bsb- 14 de fevereiro de 2003

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